Um dia frio e vazio. Parece que o frio nos entra na alma. Deixo de sentir, de ter energia, esmoreço. Como que adormeço. Uma melancolia invade-me quando começam a cair as primeiras gotas do céu. Olho para elas, fico especada. Será da beleza do momento que me faz esquecer o frio? Esqueço-me de tudo por momentos, das minhas dúvidas, das minhas angústias, das minhas poucas certezas...

Porque choras?

É estranho, mas gosto da beleza da tristeza, de uma lágrima a cair e da expressão solitária dos olhos. De repente, um rosto torna-se mesmo o espelho da alma. Vê-se a vulnerabilidade e a fragilidade nos olhos cansados de fingirem e esconderem as emoções.

Haverá algo mais verdadeiro que uma lágrima? Uma lágrima quente e salgada que desabafa.

Passo a passo vou descobrindo o que é a vida. Para continuar com esta caminhada é preciso uma motivação. E quando ela não existe? Limito-me a andar, a andar, a andar... A andar sem rumo ou destino. E aí, nessa tépida viagem talvez apareça algo que marque o antes e o depois. Pode não ser algo bom, pode ser um obstáculo. Mas esse obstáculo vai fazer-me lutar e agarrar-me à vida. Depois, talvez... Talvez apareça o sol. Um sol terno e aconchegante, que me aqueça a alma e faça-me esquecer o nada em que vivi.

"Às vezes não fazemos o que queremos para que os outros não saibam o que queremos."

Gostava de viver nesse mundo quase perfeito. Nesse lugar onde se respira um ar que alimenta.

Imagino-me cercada de flores. Corro feliz. Ninguém me julga. Posso mostrar a minha alegria.

Queria estar longe deste mundo onde vivo. Queria estar isolada.

Gostava de viver intensamente. Saborear tudo. Não deixar que a vida passasse ao meu lado.

Imagino-me longe daqui.

Queria não desejar isto.

Parabéns Simples Palavras!

Fez ontem precisamente um ano que nasceu este blog. Este espaço cresceu devido à minha necessidade de expressão das minhas próprias mágoas, alegrias, reflexões, pensamentos... Assim, este blog ajudou-me em muitos momentos. Ajudou-me também, a transformar o que sentia em (simples) palavras. Fiz dele precisamente o que queria (e precisava).

Este blog é, acima de tudo a materialização da minha inspiração, através de palavras.

Quero agradecer aos que me lêem e a todos os que comentam. =)

Um jogo de disfarces.

Um mundo de aparências, de falsos contos de fadas.
Uma felicidade forçada, uma infelicidade bem disfarçada.
Um comodismo que impede toda e qualquer mudança.
Uma falsa beleza emoldurada.
Uns "amo-te's" sem qualquer significado.
Uma palidez bem maquilhada.
Uma angústia bem escondida mas sempre presente.
Uma solidão como companheira.
Um companheiro como uma aparente felicidade.

Proteges-me como se eu fosse ainda pequenina. Talvez ainda o seja... Custa-me crescer. Não queria perder algumas qualidades ou defeitos que as crianças têm e que as tornam únicas. Quando posso sou imatura (é pena as possibilidades estarem a escassar).

Porque...

Triste porque sinto
Longe porque fujo
Alegre porque esqueço
Amargurada porque me lembro
Estranha porque penso

Irreconhecível porque mudo.