Pedaços de céu

[foto tirada por mim - 09/02/06 ]

Vejo aquele passo apressado, o olhar perdido como que à procura de novidade, a rotina roubando-lhe o sorriso, o cansaço de viver sempre o mesmo. Dia após dia, ano após ano, vive naquele ciclo da apatia, do marasmo. Qual formiga trabalhadora... Parece que não sonha, parece que a imaginação está presa e rodeada por um muro forte e sem fim, muro este que a impede de voar, de ir mais longe, de ultrapassar os limites e obstáculos da realidade.

Quando encontra algum descanso, pensa e preocupa-se com o amanhã, no fundo com o espelho de hoje. Porque é tudo igual. Faz tudo quase mecânica e automáticamente, pois assim lhe ensinou a rotina. Quase não tem tempo para pensar, nem para sentir.

Trabalha, trabalha, trabalha... Há por acaso, algo mais que o trabalho? Haverá outro objectivo na vida que não este? Trabalha para viver (ou vive para trabalhar?), mas na realidade não está a viver! Falta paixão, arrebatamento, força, cor, alma...

Pergunto-me se um dia vou acabar por entrar neste modo de vida(?) . Sei qual é a resposta mas, não queria...

Um, dois, três, quatro, cinco, (.....) dias

Dias revoltos, dias demasiado doces, dias demasiado rápidos, dias que me põem de cabeça ao contrário, dias que insistem em ficar, dias inúteis, dias que me fazem cócegas, dias que me empurram bem para baixo, dias que me fazem alergia, dias ilusionistas...

Sim, mas vai haver um dia em que tudo desaparece, como aquele dia em que tudo passou a existir.