Um laivo de( in)sanidade

És quem os outros fazem de ti? Vives para quê? O que é viver? Conheces-te? O teu nome, a tua cara... és tu? Não te assustas porque não te reconheces? Sentes ou finges que sentes? Beliscas-te para teres a certeza que existes? Não te assustas com a tua existência? Parece que alguém está a viver por ti? Não te sentes? Estás realmente a viver? Finges que és feliz? Foges quando te tentam realmente conhecer? Alguém te conhece? Passas o limite e não sabes voltar? Perdes-te ou já te perdeste? Ou não tens que(m) perder? Pensas que nunca encontrarás um rumo? O que estás aqui a fazer? Porquê tu? Porquê agora e aqui? O futuro não te interessa? O passado parece-te uma outra vida? O presente não sabes o que é? Dás importância ao que não importa? O que importa? Sentes uma angústia acutilante a corroer-te? Porquê? Não tens o que precisas para ser feliz? O que é isso? Preferes dormir a estar acordado? Preferes fechar os olhos a ver? Preferes pensar a fazer? Queres mas não consegues? Não consegues porque nem sequer tentas? Quando tentas, erras? Alguma vez acertaste? E quando acertaste, erraste logo a seguir? Vives por viver? Vives por que sim? Vives para morrer? Ou já morreste? Ou nem sequer viveste? Porquê tanta pergunta?

Alfazema,
recordações de infância.

Um sonho longínquo,
quase perdido na memória.

Um sonho bom.

Alfazema com um travo de saudade.

Naqueles instantes em que nos lembramos de olhar para cima...

[14/03/2007]