Simples Palavras...

A vida tem altos e baixos. Mas é nos baixos que damos importância aos altos, porque quando estamos nestes não damos conta...

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Localização: Barreiro, Portugal

segunda-feira, junho 19, 2006


Uma concha branca e redonda, quase perfeita veio num turbilhão da revolta de uma onda. Deixara tudo para trás, aquele seu mundinho tranquilo, repleto de algas e peixes que por lá passeavam. Deixara de ouvir aquela melodia que só na profundidade do mar se consegue ouvir. Agora só ouve um estrondo ritmado que a assusta. Vê-se solitária e abandonada. A sua casa está bem longe, demasiado longe para poder alcançá-la. A areia, outrora suave e acolhedora, mostra-se rígida demais, como que a repulsá-la. Sim, a concha não pertence ali, está só à espera que a apanhem e a levem... Tem saudades do seu habitat, mas sabe que tudo muda. Não poderia ficar para sempre protegida ali. A mudança desenraizou-a. O mar tirou-lhe à força as suas raízes. Basta-lhe agora esperar, esperar por uma sorte melhor. Pode ser que alguém a apanhe, por acreditar na sua beleza. Ou pode ser que ninguém repare na sua existência e a destrua para sempre. Mas o que ela guardava ninguém descobrirá.

terça-feira, junho 13, 2006

Ilusão mascarada

O perigo encontra-se muitas vezes naquilo que queremos ver. Na ilusão que criamos acerca de alguém ou de alguma coisa. Vemos o que queremos, o que nos faz falta e não o que é real. Manipulamos o Mundo com os nossos olhos. Tudo é manipulado consoante os nossos desejos. Até que um dia, talvez a realidade se torne tão crua que nos seja impossível fugir dela. Caem as máscaras que colocamos, por vezes, nos outros para não vermos aquilo que eles realmente são.


Criamos os outros com as nossas expectativas, criamos personalidades com o nosso reflexo, queremos pessoas semelhantes a nós. É o nosso egocentrismo mais profundo a agir. Quando chega a desilusão, pensamos que afinal não devíamos conhecer tão bem essas pessoas. Não percebemos que quem criou a ilusão fomos nós.