Simples Palavras...
A vida tem altos e baixos. Mas é nos baixos que damos importância aos altos, porque quando estamos nestes não damos conta...
quinta-feira, março 30, 2006
segunda-feira, março 27, 2006
Uma chave...
Hoje, por circunstâncias da vida, reparei na importância deste pequeno e quase insignificante objecto. Este instrumento que tem o poder de abrir e fechar. Que pode nos dar acesso ou interdizer. Pode ser assim, uma ajuda ou um bloqueio.
O que está fechado à chave tem determinado valor. Por isso se tenta resguardá-lo dos outros. Algo que está escondido ou à mostra demais. O que está escondido não desperta curiosidade a não ser que se saiba da sua existência. O que está à vista e que está trancado aí sim, queremos saber o que está por detrás.
A chave tem deste modo, um certo misticismo. A chave pode ser a ponte entre o que se conhece e o que se quer conhecer . Ou ainda, entre o que se conhece e o que se quer esconder. Quantas vezes usamos "chaves" psicológicas de forma a quebrarmos, ou a construírmos um bloqueio?
Esses baús bem trancados na minha mente, às vezes tento-os abrir. Como que para sacudir o pó e o mofo que os envolve. Consigo abri-los, mas já estão danificados. Não só pelo tempo mas, principalmente pelo isolamento a que foram sujeitos. E porque tenho esses baús? Acho que foram criados inconscientemente. Talvez sejam momentos demasiado marcantes para estarem junto aos outros.
Queria ter uma chave (espécie varinha mágica) que abrisse a parte mais bonita das pessoas. A pureza que lá no fundo, bem no fundo (em alguns casos) todos temos.
Ainda agora estive a espreitar um pouco do baú da minha infância. Vi o Pai Natal (na véspera do Natal punha sempre um sapatinho meu na varanda, para ele lá pôr a minha prenda) , as fadas (que eu adorava), a minha boneca que eu tratava como se fosse minha filha, as paredes "decoradas" com desenhos (riscos) meus e do meu irmão, a barbie com a perna toda roída (como me dava prazer roer aquilo!), ouvi ainda o barulho que eu fazia ao brincar com os carrinhos. Vi o parque em que eu adorava brincar. Como eu gostava de andar de baloiço... Baloiçava a grande velocidade e depois, quase sem medo, dele saltava e caía ilesa na areia. Senti por instantes o cheiro da alegria pura.
O que está fechado à chave tem determinado valor. Por isso se tenta resguardá-lo dos outros. Algo que está escondido ou à mostra demais. O que está escondido não desperta curiosidade a não ser que se saiba da sua existência. O que está à vista e que está trancado aí sim, queremos saber o que está por detrás.
A chave tem deste modo, um certo misticismo. A chave pode ser a ponte entre o que se conhece e o que se quer conhecer . Ou ainda, entre o que se conhece e o que se quer esconder. Quantas vezes usamos "chaves" psicológicas de forma a quebrarmos, ou a construírmos um bloqueio?
Esses baús bem trancados na minha mente, às vezes tento-os abrir. Como que para sacudir o pó e o mofo que os envolve. Consigo abri-los, mas já estão danificados. Não só pelo tempo mas, principalmente pelo isolamento a que foram sujeitos. E porque tenho esses baús? Acho que foram criados inconscientemente. Talvez sejam momentos demasiado marcantes para estarem junto aos outros.
Queria ter uma chave (espécie varinha mágica) que abrisse a parte mais bonita das pessoas. A pureza que lá no fundo, bem no fundo (em alguns casos) todos temos.
Ainda agora estive a espreitar um pouco do baú da minha infância. Vi o Pai Natal (na véspera do Natal punha sempre um sapatinho meu na varanda, para ele lá pôr a minha prenda) , as fadas (que eu adorava), a minha boneca que eu tratava como se fosse minha filha, as paredes "decoradas" com desenhos (riscos) meus e do meu irmão, a barbie com a perna toda roída (como me dava prazer roer aquilo!), ouvi ainda o barulho que eu fazia ao brincar com os carrinhos. Vi o parque em que eu adorava brincar. Como eu gostava de andar de baloiço... Baloiçava a grande velocidade e depois, quase sem medo, dele saltava e caía ilesa na areia. Senti por instantes o cheiro da alegria pura.
quinta-feira, março 23, 2006
quarta-feira, março 22, 2006
Tenho mais do que peço. Menos do que quero. Talvez porque gosto que me dêem sem eu pedir. Quero o que não peço. Pedir é forçar. E o que é forçado, quebra-se mais rapidamente. Quero aquilo que não consigo pedir, por isso ninguém me dá o que não tenho.
quarta-feira, março 15, 2006
Um fio demasiado fugaz
Parei para pensar na rapidez com que tudo muda. É impressionante... Num momento julgamos que está tudo bem, e, de repente há uma quebra nessa felicidade aparente. Algo que mexe com muitos e que vai interferir na vida de alguns. Uma tragédia, talvez... Mas com o tempo essa fatalidade torna-se numa amarga memória. A vida prossegue o seu rumo e escondemos num baú essas memórias. Sucessões de contratempos que nos fazem parar para sentir, e também para vermos que tudo está por um fio. E que a cada minuto que passa, esse fio aparentemente forte, pode ser quebrado.
quarta-feira, março 08, 2006
Quero ver-te a cara
Não te escondas! Vou-te encontrar depois de muito procurar. Estás longe mas eu não desisto. Conheço-te pouco. Talvez nem sequer te conheça, ou chegue mesmo a conhecer. Vivo contigo há 19 anos mas não sei quem és. Um ser demasiado confuso que esconde uma doce essência. Escondes-te por detrás dessas máscaras maravilhosas. Não te queres libertar, talvez ainda seja cedo. Vives nesta instabilidade e não queres ser vulnerável. Por isso proteges-te. Apareces por breves instantes no meu pensamento. Quando quero mais de ti, simplesmente foges.
Quando vais parar de fugir? Quero ver-te no espelho...
sexta-feira, março 03, 2006
Corpos (já) sem alma
À noite, quando está tudo adormecido, acordam os que nada têm. Acordam em busca da sobrevivência, procuram onde de dia não lhes é possível, pois a vergonha ainda os inibe. O lixo é rebuscado. Finjo que não percebo e sigo o meu caminho. Não será o que todos fazemos? Fechar os olhos a este submundo... Assustei-me. Quando volto, já não está, como que se evaporou. Deparo-me com esta triste realidade e que faço? Penso... Mas não consigo fazer nada. Nessa mesma noite, uns quilómetros adiante vejo outro ser deambulante, que me olha e me aterroriza. Sigo o meu caminho e fico com a sua imagem no pensamento. Que quereria aquele olhar dizer? E o outro homem, que teria pensado ao ouvir os meus passos a ao sentir a minha presença?
Mas, de dia se tivermos atentos, também vemos pequenos (grandes) actos em busca da sobrevivência. Em pleno centro comercial, cheio, toda a gente distraída, a comerem, a falarem, a rirem, a passearem... E um homem, sorrateira e subtilmente procura comida nos restos deixados pelos outros. Quer o que os outros, já empanturrados, não conseguiram comer. Guarda tudo o que lhe parece comestível. Tenho medo que me veja a olhar para ele. Não queria que se sentisse julgado. Fiquei mais uma vez, presa naquela situação.
Em situações extremas, talvez sejamos mesmo assim, esquecemos que a dignidade existe.
Penso e repenso, como é possível viver assim? Cada dia que nasce é uma grande luta para sobreviverem. Não sei se terão alguma réstia de esperança.
Lembro-me do que tenho todos os dias seguro e certo e penso como seria viver sem isso.
Onde está a família daqueles homens? Onde está a vida daqueles homens? Onde está a sua alegria? Como/ porquê/ até quando irão viver à margem da sociedade? Onde ficaram as suas almas?...
Por momentos, momentos demasiado pequenos e insignificantes pensei neste modo (?) de viver (?!). Nestas pessoas, que verdadeira e fisicamente, vagueiam neste mundo, à margem de tudo e à deriva.
(Sobre)vivem apenas por instinto.
Mas, de dia se tivermos atentos, também vemos pequenos (grandes) actos em busca da sobrevivência. Em pleno centro comercial, cheio, toda a gente distraída, a comerem, a falarem, a rirem, a passearem... E um homem, sorrateira e subtilmente procura comida nos restos deixados pelos outros. Quer o que os outros, já empanturrados, não conseguiram comer. Guarda tudo o que lhe parece comestível. Tenho medo que me veja a olhar para ele. Não queria que se sentisse julgado. Fiquei mais uma vez, presa naquela situação.
Em situações extremas, talvez sejamos mesmo assim, esquecemos que a dignidade existe.
Penso e repenso, como é possível viver assim? Cada dia que nasce é uma grande luta para sobreviverem. Não sei se terão alguma réstia de esperança.
Lembro-me do que tenho todos os dias seguro e certo e penso como seria viver sem isso.
Onde está a família daqueles homens? Onde está a vida daqueles homens? Onde está a sua alegria? Como/ porquê/ até quando irão viver à margem da sociedade? Onde ficaram as suas almas?...
Por momentos, momentos demasiado pequenos e insignificantes pensei neste modo (?) de viver (?!). Nestas pessoas, que verdadeira e fisicamente, vagueiam neste mundo, à margem de tudo e à deriva.
(Sobre)vivem apenas por instinto.
quarta-feira, março 01, 2006
Sem pensar
Sinto que não sinto
Não sei o que sinto
Sinto que quero sentir
Não sinto porque penso
Penso porque não sinto
Sentir, sentir, sentir...
É tão mais fácil sentir do que pensar.
Pensar é complexo
Sentir é simples
O pior é quando se junta o pensar com o sentir.
Pensar denegride a sensação.
A sensação é pura.
Acorda-me quando estou fechada nos meus pensamentos.
Queria poder deixar de pensar por momentos.
Quem não pensa é feliz...
Quem cria o seu próprio mundo é feliz,
pois encontrou uma solução para a sua infelicidade,
fugir.
É julgado louco, mas que lhe interessa,
se é feliz assim?
Vê coisas que os normais não vêem
Sente o que os outros não podem e não querem sentir.
Experimenta bem de perto a felicidade,
mas rapidamente cai num buraco sem fundo.
Vive em extremos,
mas sente...
Não sei o que sinto
Sinto que quero sentir
Não sinto porque penso
Penso porque não sinto
Sentir, sentir, sentir...
É tão mais fácil sentir do que pensar.
Pensar é complexo
Sentir é simples
O pior é quando se junta o pensar com o sentir.
Pensar denegride a sensação.
A sensação é pura.
Acorda-me quando estou fechada nos meus pensamentos.
Queria poder deixar de pensar por momentos.
Quem não pensa é feliz...
Quem cria o seu próprio mundo é feliz,
pois encontrou uma solução para a sua infelicidade,
fugir.
É julgado louco, mas que lhe interessa,
se é feliz assim?
Vê coisas que os normais não vêem
Sente o que os outros não podem e não querem sentir.
Experimenta bem de perto a felicidade,
mas rapidamente cai num buraco sem fundo.
Vive em extremos,
mas sente...