Mágoas de 2005
Parece que essa parte do ano, "a parte do ano", está trancada. Não a posso abrir naturalmente. É preciso um grande esforço, esforço que tenho medo de fazer.
Se me contassem o que passei, não acreditaria. Vêm-me imagens à cabeça. Imagens onde estou destruída. Acho que um pouco de mim vai ficar sempre assim. Para a reconstrução era preciso esquecer, o que não consigo. Está distante, mas não inexistente. Cada dia que passava era uma grande luta interior que travava.
(...)
Enfim, mas felizmente tive quem me apoiasse.
Realmente há situações impressionantes. Situações que nunca nos lembramos que nos podem acontecer.
Com o desenrolar do ano, como por milagre a situação ia melhorando. Mas quando se trata uma "doença" parece que aparece outra. Ou talvez seja assim mesmo. Nada pode estar perfeito.
Este ano foi bom para ver a força do comodismo. Parece que nos adaptamos a tudo (até ao mais difícil e impensável!). Desistimos de lutar para a mudança e simplesmente estagnamos.
Esqueci-me de referir os "pequenos momentos" de que tanto gosto. Claro que também os tive. E até foram eles que me deram alento para continuar e/ou para esquecer a dura realidade.
Assim me despeço deste ano marcante, 2005. E que 2006 traga uma nova frescura às nossas vidas. E que esta nova página seja repleta de alegria e de momentos que nos fiquem na memória.