Um branco eléctrico que fere a visão. Um espaço aprisionante. Demasiada luz. O chão, o tecto e as quatros paredes que não se distinguem. Um cubo numa outra dimensão. Não há porta ou janela. Só o espaço e eu. Não há saída ou entrada. Começo a sufocar. O tempo ali morreu. Estou fisicamente só. Mentalmente demasiado acompanhada. Olhos arregalados, respiração acelerada, imóvel. Não há estímulos, razões palpáveis para continuar. O terror é esse, não ter como acabar ( ou recomeçar). A loucura consome-me. Dói-me a cabeça, os olhos, o corpo. Quero esvaziá-la! Não dá. Cada vez mais se vai enchendo, enchendo, enchendo, já transborda. E como transborda, não há a hipótese de explodir, infelizmente. Talvez o quarto fique inundado e se esgote o oxigénio...
Não há nada. É o nada que me condena a... a... a... a ESTAR sozinha comigo. Não há terror mais assolador! Não há hipótese de fuga ou escolha. Não há onde me esconder. Medo. Vermelho. Dor. Fim eternamente adiado. Preto manchado. Reticências.
Não há nada. É o nada que me condena a... a... a... a ESTAR sozinha comigo. Não há terror mais assolador! Não há hipótese de fuga ou escolha. Não há onde me esconder. Medo. Vermelho. Dor. Fim eternamente adiado. Preto manchado. Reticências.