Somos o que somos pelo exterior ou pelo interior?

Porque não me revejo na minha imagem? Às vezes olho-me e intrigo-me. Porque não tenho uma ligação mais forte com o meu exterior? Não tem a ver se me sinto bonita ou feia, mas com a ligação afastada que tenho com a minha cara. É estranho isto, por isso não sei se vou conseguir exprimir-me correctamente.

O espelho, as fotografias, o reflexo, dão-me essa imagem. Mostram friamente a imagem de algo. Não tenho uma projecção da minha cara, mas também não me identifico com esta. Penso que a cara seja uma simples máscara para tapar a personalidade. É difícil explicar...Por exemplo, quando se olha para uma pessoa vai-se avaliá-la automáticamente (quase inconscientemente) e tomar a imagem como mais valia. Coisa que não é. Pois como se sabe, as caras enganam. Não se pode avaliar um todo, só por uma parte. Parte quase sem importância. Não nos mundos de hoje, pois basta ligar a televisão para se ver a importância que a imagem tem.

Focando este ponto, quero aqui críticar não as pessoas que se vendem pela sua imagem, mas o sistema que está cada vez mais a centrar-se na imagem da pessoa. O problema não é a imagem, mas a concepção do belo ligada à indústria. Como é exemplo disso, a "profissão" de "modelo". Modelo? Acho que não deveriam haver modelos da "beleza". Pessoas com características idênticas e que são conotadas como bonitas, etc.. A imagem (quase) nada diz de uma pessoa! Devia-se era vender ideias e não caras e corpos.

A imagem hoje em dia é trabalhada até à exaustão. Senão déssemos tanta importância e senão puzéssemos rótulos nas pessoas pela sua aparência talvez não houvessem tantas "cabeças ocas" por aí (que vivem para a sua imagem)...

A imagem pouco reflecte a nossa personalidade. Mas esta está condicionada pela imagem.